ESTRATÉGIA POLÍTICA ORGANIZACIONAL(DE NÃO MERCADO)

Criado em 3 de dezembro de 2019 . Categoria:

Hillman e Hitt (1999) destacaram a importância da tomada de decisão política das firmas em ambiente competitivo, traduzida em ações, tendo em vista a incerteza do governo e das políticas que daí se originam. Esse processo deve levar em conta os objetivos das corporações, considerando as relações entre firma-ambiente e firma- governo em suas políticas públicas e econômicas. Com suporte na literatura, os autores propuseram um modelo de formulação estratégica política que representa a sequência na tomada de decisão em três dimensões: a) a relacionada ao tipo de estratégia política; b) ao nível de participação; e c) circunstanciais.  A primeira considera duas categorias de ação, a transacional e a relacional. Na transacional a firma formula estratégias por decorrência de determinada política pública de seu interesse. A relacional é precedida de estratégias políticas de longo prazo ao invés de ações reativas pontuais. A segunda abordagem, quanto ao nível de participação, sustenta que o interesse pode ser individual ou em grupo. A ação política individual, seja por pessoa(s) ou firma(s), diz respeito, por exemplo, à prática de lobby influenciando tomada de decisões políticas. A coletiva se refere a ações em grupo por meio de associações ou outras agremiações que visem ao interesse comum. A terceira dimensão, na qual se incluem estratégias e táticas específicas ou genéricas que podem ser executadas no âmbito transacional ou relacional, individualmente ou coletivamente, está associada a ações de acordo com as circunstâncias, sendo as estratégias sempre traçadas a partir de determinadas táticas. Nesse estudo  Hillman e Hitt (1999) sugeriram grupos de estratégias políticas, dirigidas a tomadores de decisão e órgãos governamentais e moldadas por táticas, que podem ser combinadas entre si: a) estratégia informacional (visa esclarecimentos via relatórios, depoimentos, comissões, pesquisas técnicas, lobby); b) estratégia de incentivo financeiro (exerce pressão por meio de contribuições à políticos ou partidos, financiamento de viagens e gastos pessoais, patrocínio para repercussão de debates sobre questões que garantam visibilidade, contratação de serviços de pessoas com experiência política); c) estratégia de mobilização social (por intermédio de líderes de empregados, fornecedores, consumidores) que prevê apoio a causas públicas, desenvolvimento de relações públicas, contatos com a mídia, programas de educação política.

Fonte:

HILLMAN, Amy J.; HITT, Michael A. Corporate political strategy formulation: a model of approach, participation, and strategy decisions. Academy of Management Review, v. 24, n. 4, p. 825-842, 1999.